domingo, 9 de novembro de 2014

Integrando os sentidos no cotidiano - atividade de culinária

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

A prática do "fast food" às vezes nos distancia da vivência sensorial que o nosso corpo precisa diariamente!

Estava fazendo uma abobrinha recheada com ricota e ervas e lembrei do quanto sou terapeuta ocupacional. Até na hora de cozinhar! E por que não? Se é no cotidiano que acontece os principais processamentos sensoriais?!
Sentindo o preparo
Além da época de meninice o corpo do adulto continua precisando ser alimentado de sensações para prosseguir vivendo em uma mutável harmonia. Está mais perto do que pensamos!

Usando as mãos de modos diferentes
A hora de preparar a refeição é um desses momentos. Nem sempre temos tempo e disposição, mas se pararmos para pensar, e sentir, na quantidade de benefícios em pelo menos um dia por semana, ou por mês, prepararmos o nosso alimento, veremos que estamos nos nutrindo além do estômago! A quantidade de sensações táteis, proprioceptivas, gustativas, olfativas, visuais integradas à modulação, discriminação e coordenação dos movimentos, às lembranças afetivas, memória, atenção e todos os aspectos da atividade cognitiva já justificam a importância desta ocupação.
Sem falar na oportunidade de interação com o outro, da sustentação da auto-estima, de estimular o senso estético, criatividade, conceitos de matemática, e vários elementos para aprendizagem, contribuindo para autonomia. 
Diversificando a matéria
No campo da reabilitação vemos o quanto é desgastante a família levar seus filhos ou seus pais às terapias. Costumo dizer que em um determinado momento do processo de reabilitação deveríamos priorizar o que acontece em casa. 
E nós terapeutas ocupacionais, guerreiras que levantamos a bandeira das AVDs, atividades da vida diária, ficamos preocupadas quando o que trabalhamos em terapia não vai além do consultório?

Era um, eram dois...era inteiro, eram partes

Então vamos lá, terapeutas, clientes e familiares. Lembrem de alguma receita conhecida ou algo que queiram aprender... e mãos a obra!
Vamos permitir, com segurança, que sejam alimentados nossos sistemas funcionais para aprendizagem contínua sobre nós mesmos e o mundo.


Dicas, que não são receitas:
-pais: estimulem a criançada desde cedo em experimentar a diversidade de texturas, sabores, cheiros dos alimentos. Saber de onde vem o suco, cheirar as frutas, descascar uma mexerica, se lambuzar com um mamão, partir uma banana com as mãos. Verificar a transformação dos alimentos também é uma forma de aprendizagem. Há sempre um jeito de adaptar a atividade a depender do nível e fase da vida. Procure conselhos de uma terapeuta ocupacional.
-filhos: estimulem a seus pais a passarem as memórias de culinária e participarem de algum modo do preparo. É também uma forma de estimulação cognitiva afetuosa.
-terapeutas: que sempre lembremos de fazer aquilo que pedimos que o outro faça. Vivenciar em nosso corpo pode ser uma boa forma de aprender como estimular.

A mandala que será incorporada!!!


SÁBADO, 4 DE MAIO DE 2013

Brincando de Integração Sensorial na Terapia Ocupacional

Sim, brincar, sempre brincar! 


Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Estamos na era das especializações, a criançada com agenda cheia de compromissos, aulas extra curriculares e terapias. Tudo bem, é a realidade dos tempos atuais.
Mas por que não aliar o necessário com o lúdico e prazeroso?!
Para quem precisa de uma ajudinha extra em como lidar com as diferenças orgânicas e dar conta deste mundo que está cada vez mais rápido e "comprometido", precisamos criar situações divertidas em terapia. Estou falando sobre crianças que precisam de terapia por diversos motivos.
Como terapeuta ocupacional sempre fico com um pé no que a criança e a família precisam para bem viver e o outro pé no que a criança me responde em terapia. A resposta pode ser por um sorriso, uma reclamação, alguma dúvida ou por uma conquista, dentre tantas.
O que importa é que venha de dentro, de corpo e alma e que aquilo vivido na sessão faça diferença em sua vida e na da família, construindo novas histórias.Somos e fazemos parte de muitas histórias que vão se encontrando e se refazendo em outras.


A terapia de Integração Sensorial preza por situações lúdicas na qual a criança está em um ambiente onde possa viver o seu corpo por meio de sensações, movimentos e expressões tendo o suporte da terapeuta.
A terapeuta é como um guia, ora ajudando a escolher, ora auxiliando a regular a intensidade das ações, ora ajudando a resignificar brincadeiras, mas sobretudo descobrindo junto à criança formas de ela poder se regular na sua adaptação ao mundo, indo em direção a autonomia. Que para cada um é diferente, a depender do estágio de vida, condição orgânica e ambiental.
Especialmente nesta abordagem contamos com brinquedos que convidem a criança a explorar a gravidade, o equilíbrio, vários planos no espaço e a integração gradual dos  7 sistemas sensoriais para um melhor conhecimento de si e desenvolvimento das funções do organismo.


Alguns pais me perguntam qual a diferença de outras abordagens:
Uma é que nós não treinamos ninguém.
Segunda, e não necessariamente nesta ordem, o envolvimento e interesse da criança é o mote principal da terapia.
E outra, os pais precisam também estar envolvidos. Sabendo o que é feito nas sessões, podendo assistir e participar das brincadeiras. A autonomia não é só uma conquista da criança, mas de toda família.
Fazer Terapia Ocupacional é isto. Vemos a ocupação não como algo no sentido pejorativo de ocupar para "esquecer, distrair", como uma função que não precisa da presença do sujeito. Muito pelo contrário, ocupação é a forma que apreendemos o mundo e nós mesmos, é como e onde expressamos nossa maneira de ser: estudando, brincando, trabalhando, nos relacionando, e por que não, também escolhendo o ócio.

Vai um recado para todos nós, que está na letra de Arnaldo Antunes  "Criança não trabalha, criança dá trabalho"

SEXTA-FEIRA, 26 DE ABRIL DE 2013

Manual para usar o banheiro com crianças do espectro autista


Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Algumas crianças demoram a tirar as fraldas e usar o banheiro na idade esperada. São diversos fatores que interferem no chamado "controle de esfincteres". Um deles é a presença de algum transtorno do desenvolvimento.
Muitas crianças com TEA ( Transtorno do Espectro Autista) apresentam atraso em passar a usar o banheiro necessitando de maiores cuidados e atenção nesta passagem.


Este Guia para pais  patrocinado por Autism Speaks - Autism Treatment Network, fornece um caminho com sugestões de programa e recursos para crianças com TEA.
Gostei principalmente ao considerar as acomodações que podem ser feitas devido às dificuldades na área de processamento sensorial, comumente encontradas em crianças com este diagnóstico.
Mas alguns dos itens do programa servem para qualquer criança que esteja em defasagem nesta área.
Quanto a "recompensa" como reforço positivo deve ser pensado e escolhido a depender da metodologia e nível em que a criança se encontra. Na terapia de Integração Sensorial acreditamos que as acomodações sensoriais, o prazer, o contexto e a ludicidade do programa promovem a motivação e interesse da criança em se envolver na proposta. Mas cada família deve fazer a escolha mais adequada para as necessidades do seu filho.
Vale a pena ler e discutir com a terapeuta e o professor da sua criança.

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