segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Principais dispositivos, por ordem cronológica:

https://inclusaoja.com.br/legislacao/

Carta da Profa. Mantoan aos Senadores

O modelo educacional mostra sinais de esgotamento e, no vazio de suas ideias, surge o momento oportuno para as transformações. Esse momento é propício para se questionar a exclusão educacional imposta desde os primeiros passos da formação escolar e que prossegue nos níveis de ensino mais graduados.
A reviravolta educacional que propomos por meio da inclusão tem como eixos o convívio, o reconhecimento e o questionamento da diferença e a aprendizagem como experiência relacional, participativa e significativa para o aluno.
Do ponto de vista institucional, a inclusão exige a extinção das categorizações e das oposições binárias entre alunos: iguais/diferentes; especiais/normais; sadios/doentes; pobres/ricos; brancos/negros, com graus leves/graves de comprometimentos, etc. No plano pessoal, a inclusão provoca articulação, flexibilidade, interdependência entre as partes que se conflitam em nossos pensamentos, ações e sentimentos, ao nos depararmos com o Outro.
O essencialismo e toda a generalização, que se originam da compreensão de que as identidades são fixas e definitivamente estabelecidas, não cabem no quadro de revisão dos nossos propósitos educacionais inclusivos. Nesse quadro se consideram as identidades móveis e a diferença dos seres humanos, sujeitas a diferenciações infinitas, tanto interna como externamente.
Na gramática da inclusão, como refere Burbules, não existe “diferença entre” surdos, negros, brancos, inteligentes, pessoas com deficiência… Há diferentes surdos, negros, brancos etc., que estão diferindo sempre, sempre e sempre.
Os caminhos pedagógicos da inclusão se fundamentam, portanto, na diferença dos seres humanos, na singularidade de cada um de nós e nas possibilidades que o caráter multiplicativo e transformador da diferença nos confere – seja para melhor ou para pior. As situações de deficiência que todos experimentamos dependem do meio em que vivemos. Mudamos para mais ou para menos, conforme o meio nos solicita, nos desafia /ou nos limita, espontânea ou naturalmente. Nossas mudanças, por sua vez, também afetam o meio (nele incluindo o escolar), deixando-lhe marcas  – as marcas que a diferença lhe imprime.
As situações de deficiência são vividas por todo e qualquer aluno; trata-se de um problema do meio escolar e não do aluno com deficiência. Nosso papel de pais, de professores para solucioná-lo é o de tornar a escola comum um ambiente estimulador da capacidade de cada aprendiz e não uma instituição niveladora da aprendizagem e promotora da exclusão.
Nesse contexto de compreensão, a inclusão tem a ver com o acesso de todos os alunos e não apenas de alguns estudantes a um mesmo mundo e sugere mudanças nos espaços físicos, nas atitudes e relações sociais. Nosso significado de acesso de todos à escola remete, pois, ao nosso entendimento da deficiência.
Historicamente, a deficiência foi por muito tempo entendida, do ponto de vista exclusivamente médico, como sinônimo de anormalidade do “portador” dessa deficiência. O remédio, nesse caso, quando existe, é a cura da deficiência; e seu agente, um profissional da saúde. Esse modelo de deficiência promove a “acomodação” da anormalidade da pessoa e a encerra na sua incapacidade de viver, em um mundo social e físico que não mudam – escolas especiais, confinamento na própria casa, família, limitações de todo nível, expectativa muito baixa para o futuro, solidão, tutela por incapacidade.
O desafio da inclusão na escola e no mundo se origina de um quadro situacional que nos coloca em crise, pois é novo e implica em um reposicionamento de nossas idéias, de nosso comportamento diante da deficiência e da diferença. Antes de percebermos esse desafio, estávamos todos, de certo modo, resignados diante da deficiência, tratando-a segundo as formas mais excludentes de atuação e considerando a diferença como imutável, definitiva, sem alternativas. Tinha sentido, então, tratarmos “pessoas diferentes” diferentemente.
No pensamento inclusivo, a deficiência é sinônimo de “diferença” e tem a ver com o reconhecimento de que somos seres que encerram possibilidades, as quais não são definidas, a priori, por diagnósticos de desenvolvimento, porque a diferença é sempre um devir. O “remédio” está na mudança nas interações e na atualização das possibilidades latentes em todos nós. Toda pessoa ou artefato e todo o ambiente, que afete essas interações para melhor, propiciam transformações e são considerados agentes do processo de inclusão de pessoas com e sem deficiência.
O modelo social da deficiência e, mais recentemente, o modelo de interpretação da deficiência com base nos Direitos Humanos (Convenção da ONU, 2006) indicam grandes avanços e incluem artefatos de pensamento e planos de ação inclusivos que atingem a todos, pois não temos o direito de diferenciar pessoas pela sua deficiência. Inspirados pela evolução dos modelos de interpretação da deficiência é que exigimos que seja assegurada a pessoas com deficiência o direito à educação em ambientes escolares inclusivos.
Por tudo isso, nos surpreendemos com o fato de que ainda existam pessoas que admitem que deve ser negado a alguns cidadãos o direito de estarem e de se formarem com os pares de sua geração e de crescerem em um único ambiente educacional – a escola comum.
Para pais e professores que entenderam a extensão e os benefícios da inclusão para todos os alunos este é um bom momento para que Vossas Excelências se unam a eles e sejam vetores de transformação, distinguindo-se por um entendimento da inclusão, que sai do lugar comum e se expressa com o vigor do novo. Seus colegas, senhores senadores, precisam ouvir de Vossas Excelências um posicionamento que os faça evoluir na concepção da inclusão. Seus eleitores esperam de Vossas Excelências palavras, ações que ultrapassem posicionamentos conservadores, como os expostos na audiência ocorrida no dia 05 de novembro último sobre a Meta 4 do Plano Nacional de Educação.
Afinal, o que queremos deixar como legado educacional para as novas gerações?
Campinas, em 06 de novembro de 2013
Profa. Maria Teresa Eglér Mantoan
Universidade Estadual de Campinas

sexta-feira, 25 de novembro de 2016



III Mostra Pedagógica - 2016
Escola Benedito Lucio Thomaz 
Professora Celma Rosa- AEE

Com a proposta de tornar público e valorizar algumas ações que vêm sendo desenvolvidas nas salas de aula de Recurso, as coordenadoras e professoras realizaram na última sexta-feira (25) uma Mostra de Trabalhos Pedagógicos do ano letivo de 2016.































quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Atividades com LEGO

Olá pessoal, achei um blog que chama My Delicious Ambiguity e tem dicas de Aprendizado com Atividades com LEGO.Super legal!!!

Quebra-cabeça.
Quantidade
 Adição
  Sequenciação
Frases
 Bingo
Classificação


Fonte: deliciousambiguityblog

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

NOÇÕES BÁSICAS DE HIGIENE.
APRENDER BRINCANDO.









INCLUSÃO: O ALUNO AUTISTA E A ESCOLA: O QUE OS PROFESSORES DEVEM SABER PARA FACILITAR O PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR?


O ALUNO AUTISTA E A ESCOLA: O QUE OS PROFESSORES DEVEM SABER PARA FACILITAR O PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR?
Os alunos que apresentam transtornos do espectro autista, pelos seus comprometimentos na comunicação, interação social e a fixação em atividades restritivas e estereotipadas, possuem algumas dificuldades na sua adaptação ao ambiente escolar.
As principais características que estes alunos apresentam são:
- tendência a isolar-se e, consequentemente se desligarem do ambiente externo onde não atendem quando chamados, evitam ou não mantém o contato visual;
- em alguns casos resistem ao contato físico e preferem brincar e trabalhar sozinhos;
- não demonstram medo em situações de perigo;
- manifestam uma labilidade emocional onde podemos notar birras, crises de choro sem motivo aparente;
- podem ser extremamente calmos ou hiperativos;
- manifestam dificuldades em lidar com a quebra de rotina e, a imprevisibilidade, gera ansiedade;
- costumam usar as pessoas como objetos;
- manifestam apego a objetos ou usam de forma inapropriada alguns objetos centrando, a sua atenção, em partes do objeto como, por exemplo, se fixar nas rodinhas ao invés do carro como um todo;
- podem ser sensíveis ao barulho e a algumas texturas;
- comunicação prejudicada onde a fala pode estar ausente ou, se está presente, pode manifestar ecolalia ou ter dificuldades para iniciar e manter uma conversa;
- entendem as coisas de forma literal e tem dificuldades em se colocar no lugar dos outros e de compreender os aspectos subjetivos presentes em uma conversa bem como compreender os desejos e sentimentos dos outros.
- capacidade sensorial alterada onde o tato, audição e visão podem ser mais sensíveis o que exige que o professor fale com um tom de voz mais calmo, baixo e tenha que manter a sala de aula organizada;
- geralmente, não brincam de faz de conta e tem dificuldades para interagir com o grupo em atividades que tenham que usar a imaginação e a criação de papéis.

A TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL E O AUTISMO
Quando temos um aluno com transtorno do espectro autista, em nossa sala de aula, a estruturação do nosso trabalho é muito importante para ele vencer as suas dificuldades.
É muito comum os nossos alunos, com comprometimentos mais leves, terem dificuldades no ambiente escolar devido a rigidez comportamental, incapacidade de expressar seus sentimentos, ideias e opiniões de forma adequada e pelo fato de não lidarem bem com as questões sociais.
O nosso programa de trabalho deve procurar uma metodologia que possua uma série de passos simples e com ordens diretas as quais envolvam o aluno ativamente no processo, ajudando a criar  um ambiente social que reforce positivamente os comportamentos.
Quanto mais os alunos com transtorno do espectro autista forem expostos a habilidades sociais e ao treinamento do comportamento, mais eles irão interagir de forma efetiva com o ambiente.
Estes sujeitos apresentam  fortes  habilidades na área da linguagem, embora nem sempre estas estejam evidentes,  e devem que ser ensinados a expressar seus sentimentos e pensamentos de forma adequada.
A capacidade de interagir com os outros tem que ser trabalhada além do ensino de competências sociais, através de técnicas visuais (histórias e exercícios), que envolvam as crianças e adolescentes em situações reais.
Com atividades direcionadas para esta área, podemos corrigir ou melhorar o tom de voz monótona, a incapacidade de interpretar os sinais de comunicação dos outros e o contato visual.
A terapia cognitiva comportamental ajuda os portadores de transtorno do espectro autista  a regularem suas emoções, desenvolverem o controle dos impulsos e a melhorar o comportamento pois, em muitas situações, ele lutam com medos, ansiedades e com a depressão.
Este tipo de terapia ajuda a reduzir sentimentos e comportamentos ansiosos e depressivos pois se propõe a trabalhar para uma mudança de pensamentos e percepção das situações por meio de uma alteração na cognição, ou seja, de como o pensamento é processado.
Os terapeutas procuram reduzir comportamentos desafiadores tais como as interrupções, obsessões, colapsos ou explosões de raiva, além de ensiná-los a como se familiarizarem e identificarem certos sentimentos que possam surgir.
A terapia cognitiva comportamental ajuda a estabilizar as emoções, melhorar o comportamento e se preparar para responder de forma mais adequada em situações específicas.


A EDUCAÇÃO DE UMA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
O nosso objetivo com a educação de uma criança autista não pode ser apenas o de oportunizar a sua convivência social, e sim, ajuda-lo a funcionar no meio social da melhor maneira possível aumentando a frequência de comportamentos adaptativos e de autocuidado.
Estes comportamentos adaptativos desejáveis de ordem social, comunicativa, cognitiva e acadêmica eliminando ou minimizando o isolamento social, a estereotipia, a agressividade e a auto injúria.
As estereotipias incomodam e preocupam pais e professores pois esta é uma coisa rígida, sem flexibilidade, ritualizada, sem função aparente ou contextualizada.
Em alguns casos, estes alunos podem ter fixação em alinhar objetos, comer sempre a mesma coisa, querer sempre a mesma roupa, os mesmos brinquedos, entre outras atividades ritualizadas. Isto acontece pois eles tem um desenvolvimento partido, ou seja, algumas coisas fazem bem e outras não.
A ecolalia pode estar presente onde ele repete o que ouve sem entender. Pode passar horas repetindo uma palavra específica ou jargão de filmes. A sua conversa pode se limitar ao concreto pois eles tem dificuldades em entender metáfora.
Sua sensibilidade exagerada leva a reações exageradas onde cai e não chora mas, se alguém toca nele de leve, é tem uma reação exagerada.
O ensino para estas crianças muitas vezes, é incidental para ela mas para nós não. Temos que usar o ambiente natural da criança para trabalhar os seguintes aspectos:
- relação: incentivar o compartilhamento entre os sujeitos, a troca de turnos e as brincadeiras. Muitas vezes a criança com transtorno do espectro autista não quer emprestar um brinquedo porque não sabe que o brinquedo vai voltar para ele. Ele tem que prender a brincar usando os turnos, sua vez e a minha vez;
- interação: incentivar a ação entre os sujeitos e propor atividades que favoreçam as brincadeiras;
- pensamento: temos que ajudar o aluno a planejar a sua conduta e estruturar o seu pensamento pois este é linear, literal e lento. Pistas visuais ajudam muito para eles entenderem os passos de uma atividade ou a rotina da escola;
- simbolização: ajudar este aluno a sair do concreto para a representação mental, ou seja, o aluno não pode ficar dependente das dicas visuais e estas tem que ser tiradas gradativamente.

domingo, 16 de outubro de 2016

Lucca


Objetivos

Aula de culinária possibilita:
- Trabalhar de formas multidisciplinares diversos conteúdos escolares
- Elevar a auto-estima do aluno (sentir-se útil ao preparar uma receita)
- Trabalhar em equipe (aprender e respeitar as regras de convívio)
- Aprender bons modos à mesa (mas nada substitui a família)
- Transmitir a aprendizagem de sala de aula para os familiares
- Aprender a experimentar